Lula estava fora, estrategicamente, para não parecer que ajudou a salvar o mandato de Renan, mas ajudou, sim. Foi evidente a participação do Palácio do Planalto na operação deflagrada para absolver o presidente do Senado de um processo de cassação recheado de provas de que o alagoano teria gastos incompatíveis com sua remuneração oficial.
Tive acesso a sessão secreta realizada na última quarta-feira, onde Renan escapou de perder seu mandato com os votos de 40 senadores. Trinta e cinco foram favoráveis à cassação e seis se abstiveram. As lideranças do governo não escondiam, através da movimentação que faziam, que algo de espúrio estavam tramando . Os líderes corriam de um lado para o outro, falando no ouvido de um e no de outros e é provável que alguns mudaram de opinião por fatores não-republicanos, como lembra o neofilósofo Roberto Jefferson (deputado cassado, autor da denúncia do mensalão). O número de abstenções, com a digital do PT, seis no total, foi o que faltou para cassar Renan. O alagoano perderia o mandato com 41 votos favoráveis ao relatório dos senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSDB-ES). A ação “voluntária” de não opinar sobre o futuro do aliado peemedebista é do PT. Isso é uma ação do governo e do presidente da República que quer fragilizar o Legislativo. Quanto mais frágil o Congresso, menos representado está o povo. A decisão da última quinta-feira foi desastrosa, sob o ponto de vista de reconstrução da já desgastada imagem do Legislativo. Perdemos uma grande oportunidade de melhorar a imagem do Congresso e fizemos muito para piorar.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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